O mal do século - A segunda maior doença no mundo será a
mais comum até 2030, superando o câncer e as doenças cardíacas, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS). A depressão trará altos custos ao governo
para tratar as vítimas e um desequilíbrio produtivo no país. O termo depressão reflete
a complexidade deste fenômeno. Pode ser definida como uma exaustão mental e ou
física, provocadas por diversos fatores internos como questões hormonais,
células cerebrais, ou outros fatores químicos do organismo. Também é provocada
por fatores externos como perdas, dor moral, perda da estima de si, estresses,
abandono psicológico, pressões da vida, etc. É a doença menos diagnosticada e a
mais debilitante que existe.
O
assunto tem preocupado tanto a sociedade, que o médico Dr. Drauzio Varella foi
convidado pela Rede Globo de Televisão a falar sobre a doença no programa
Fantástico, por vários domingos. Em seu site,
ele diz que o diagnóstico de depressão requer a presença de cinco ou mais dos
seguintes sintomas que incluam obrigatoriamente espírito deprimido ou anedônias,
durante pelo menos duas semanas, provocando distúrbios e prejuízos na área
social, familiar, ocupacional e outros campos da atividade diária.
Sintomas - Estado
deprimido: sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias;
Anedônia: interesse ou prazer
diminuído para realizar a maioria das atividades; Alteração de peso: perda ou ganho de peso não intencional; Distúrbio de sono: insônia ou hipersônia
praticamente diárias; Problemas
psicomotores: agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias; Falta de energia: fadiga ou perda de
energia, diariamente; Culpa excessiva:
sentimento permanente de culpa e inutilidade; Dificuldade de concentração: habilidade frequentemente diminuída
para pensar ou concentrar-se; Ideias
suicidas: pensamentos recorrentes de suicídio ou morte.
Se não tratada devidamente, pode levar a uma incapacidade de
gerenciar a própria vida e à perda da responsabilidade em relação aos outros. A
depressão pode levar a casos extremos como o suicídio. A doença está associada
à morte de cerca de 850 mil pessoas por ano, conforme a OMS.
Mas para o cristão trata-se de uma doença psíquica ou
influência maligna? Pode um crente em Jesus sofrer de depressão? Qual o limite
da atuação do diabo e de um distúrbio psicológico numa pessoa depressiva?
O
profeta depressivo - A bíblia relata que o profeta Elias, após ser ameaçado de
morte, fugiu para o deserto para salvar sua vida e chegou a pedir a morte (I
Reis 19:3 e 4). A retração social e a falta de ânimo para viver são aspectos
patentes de quem está depressivo. A exaustão mental que o profeta acarretou
após lidar com um povo rebelde e o decreto de Jezabel em matar-lhe lhe provocou
um colapso psicológico que o levou à depressão. Não foi atuação maligna, mas as
situações que lhe envolveram o levaram a tal estado.
Deus tratou o problema de Elias em pelos menos três estágios.
Nos versículos 5 e 6 o anjo disse ao profeta para se levantar e comer, ou seja,
o depressivo precisa recompor energias, pois no deserto há escassez de
alimento. O pão, rico em carboidratos, lhe devolveria ânimo.
Ao lhe perguntar “o que fazes aqui Elias?” (v9), o Senhor lhe
provoca uma resposta imediata. O fato de o depressivo conseguir expor sua situação
é um dos degraus de superação do problema, pois se sente aliviado em conseguir
compartilhar.
Por último, no versículo 11, o Senhor lhe dá uma orientação
espiritual: “Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai
passar”. Se esconder na caverna, não é solução para resolução de problemas.
Deus lhe orientou a ficar em Sua presença, pois em tal posição receberia
vitória.
É
imprescindível que um crente, ao perceber que seu estado psicológico está
crônico, procure um psicólogo ou psiquiatra para se tratar. Somos seres humanos
passíveis de debilidades, inclusive mentais, que podem nos levar a sérias
consequências se não forem cuidadas. Infelizmente, na ignorância de muitos em
dizer que este tipo de doença é definitivamente de origem demoníaca, temos
sabido que alguns crentes se suicidaram no ápice de sua doença.
Segundo
o pastor e psicólogo Ricardo Gondin, o inimigo gosta de se aproveitar do estado
depressivo das pessoas para arruiná-las. “Ele dirá que você nunca conseguirá
sair de tal situação, que a vida não tem mais sentido e que Deus não existe”.
Mas sair de dentro de si ajuda a superar o problema. Fazer visitas a doentes em
hospitais ajudará o depressivo a ver que existem pessoas passando por problemas
tão graves, que o dela se tornará bem pequeno. Liberar o perdão a alguém que o
magoou e foi um fator que levou a pessoa a este estado profundo de tristeza,
certamente será uma saída.
Alex Silva