domingo, 13 de janeiro de 2013

Deus não é o gênio da lâmpada



O Aladdin é uma das histórias infantis que mais acompanhei. O pequeno Aladin, filho de uma pobre mãe viúva, encontra uma lâmpada e ao esfregá-la, aparece um gênio que estava preso dentro do recipiente. Por agora estar livre, permite ao garoto que lhe faça três pedidos os quais serão realizados.

Bom seria que a trama desta história acontecesse com a gente. Certamente eu pediria para ser um homem muito rico, com belas mansões, carros caríssimos e uma Ilha só para mim. Acredito que passou na tua mente alguns pedidos que, se fossem realizados, fariam da tua vida, uma vida melhor. Mas nós temos que nos contentar que isso não passa de uma fábula.

A realidade que vivemos requer uma incessante busca por um bem estar. Queremos os melhores empregos, os melhores salários, as melhores roupas, as melhores universidades e até os mais altos status da sociedade. Nada acontece num passo de mágica, muito menos um gênio aparece para que tudo isso, num instante, aconteça. Vivemos a cada dia, na labuta da vida para alcançarmos o que tanto desejamos.

Olhando para Mateus 7:7 e 8 (“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á”), parece nos dar o direito de que tudo o que quisermos, seremos agraciados por Ele. Mas para quem pensa que Deus é para o crente tal como gênio da lâmpada foi para o Aladim, sinto muito em dizer: você está enganado.

O apóstolo Paulo escreveu que não sabemos pedir: “... porque não sabemos o que havemos de pedir como nos convém...”. Ora, se não for pelo Espírito Santo, que intercede por nós, estaríamos arruinados e desprovidos das bênção do Senhor. O apóstolo Tiago também citou que “pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”(Tg 4.3), ou seja, visando a vida terrena.

Deus é nosso Senhor e nós somos seus servos, logo “não é o servo maior que o senhor” (João 15.20). Parece existir uma inversão de valores em muitas igrejas, onde seus líderes leva o povo a fazer de Deus um serviçal a sua disposição. Muitos preletores ousam determinar datas em que os crentes irão receber suas vitórias, o que resulta em muita gente decepcionada com Deus. Eis o perigo de dizer o que Deus não mandou falar. 

A vontade de Deus deve ser sempre soberana em nossas vidas. Devemos deixar que Ele realize em nós o Seu propósito (II Timóteo 1.9). Deus cumprirá nossas vontades, segundo a vontade do coração Dele. O próprio Jesus nos deixou o maior exemplo quando prestes a ser preso orou dizendo: "Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (Mateus 26:39). Se o próprio Cristo não exigiu de Deus que fizesse o Sua vontade, quem sou eu para “encostar Deus na parede”?

Recentemente fui a uma grande igreja da capital paulista. Milhares de pessoas adentravam ao recinto para o culto que começaria no período da noite. Enquanto eu estava ali sentado, vi chegar uma senhora e entrar numa espécie de fila da oração, onde um obreiro, uniformizado, impunha as mãos sobre os fiéis e ordenava a cura. Aquela velha senhora, após receber a oração, foi obrigada a correr o longo corredor com a bengala nas costas. Percebi que ela não esboçava nenhum sentimento de alegria de alguém que é curado, mas parecia estar se esforçando ao máximo para não deixar o obreiro passar vergonha. Depois que o obreiro disse que ela estava curada e voltou sua atenção para o próximo da fila, ela voltou a se apoiar na muleta, desapontada. Não tive dúvidas, fui embora.
 Alex Silva

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